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| - Foi ajoelhar-se contrita Ao pé do sagrado altar, E, com piedade infinita, Principiou a rezar. Um doce sorriso veio Encher-lhe a boca de luz. Uniu as mãos sobre o seio, Fitou os olhos na Cruz. O que dizia... Alguém pode Adivinhar o que diz A prece que ao lábio acode Enquanto a gente é feliz? Nessa idade, para que Se reza... (saberei eu?) A gente reza porque Também se reza no Céu. E ela, tão meiga e pura, Que não conhecia o mal, E que guardava a ventura No coração virginal; Em sua fé de criança Ingênua e cheia de amor, Talvez pedisse a esperança Para os que vivem na dor.
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| - Foi ajoelhar-se contrita Ao pé do sagrado altar, E, com piedade infinita, Principiou a rezar. Um doce sorriso veio Encher-lhe a boca de luz. Uniu as mãos sobre o seio, Fitou os olhos na Cruz. O que dizia... Alguém pode Adivinhar o que diz A prece que ao lábio acode Enquanto a gente é feliz? Nessa idade, para que Se reza... (saberei eu?) A gente reza porque Também se reza no Céu. E ela, tão meiga e pura, Que não conhecia o mal, E que guardava a ventura No coração virginal; Em sua fé de criança Ingênua e cheia de amor, Talvez pedisse a esperança Para os que vivem na dor. Talvez tivesse gemidos Para quem vive a chorar, Para os que vagam perdidos Nas frias ondas do mar. E enquanto o lábio querido Orava piedoso assim, Do negro olhar comovido O pranto rolou por fim. E deslizaram sem calma As bagas por sua tez, No desconsolo de um’alma Que chora a primeira vez. Su’alma santa onde moram A Luz, a Inocência e o Bem, Pedindo pelos que choram Foi soluçando também. E compreendendo o segredo D’aquela doce emoção, Eu disse baixinho, a medo, Falando ao meu coração: Benditos nós que sofremos Varados por mágoa atroz... Enquanto assim padecemos Os anjos pedem por nós.
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